Morte e benefício pelos caminhos do
Amapá, e do Norte do Pará
Macapá e Pedra Branca do Amapari, passando por um certo comércio do Red, de 29 de janeiro a 6 de fevereiro de 2021
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A relação dos povos indígenas com as estradas que começaram a cortar suas terras na ditadura militar dá o tom deste capítulo influenciado, em parte, pelo carro alugado. Só nesta viagem um carro foi alugado da chegada à volta ao aeroporto, o que proporcionou a liberdade de cumprir a pauta de entrevistas em Macapá nas casas dos entrevistados e ainda a viagem até o portão da Terra Indígena Wajãpi aí em cima, na foto. Este foi também o único capítulo em que o município onde se encontra a tríplice fronteira, nesse caso com o Suriname e a Guiana Francesa, não foi visitado. Assim como no primeiro capítulo, a tríplice fronteira fica num ponto remoto da floresta, no Parque do Tumucumaque, e a cidade, Laranjal do Jari, não tem presença indígena. Além disso, a viagem se deu justamente no inverno amapaense, com muita chuva, e a estrada para lá não estava sendo atravessada em alguns trechos nem por carros com tração nas quatro. Já a estrada para Pedra Branca do Amapari, a BR 210, jamais foi concluída e termina no meio da TI Wajãpi, por isso é mesmo quase um tapete, como é dito na primeira frase do capítulo. É um benefício e tanto hoje para os Waiãpi e uma pequena compensação em relação ao tamanho da tragédia da abertura da Transamazônica e de todas as outras estradas parentes dela, que, levando o sarampo e outras doenças às aldeias, quase exterminaram o povo dono daquela terra, além de terem deixado um legado de morte e destruição aos outros povos da região.