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A cultura da floresta contra a pandemia
Assis Brasil e Rio Branco, passando por Iñapari, no Peru, e pela aldeia A Escola, na Bolívia, de 29 de setembro a 8 de outubro de 2020 

A pandemia do Covid 19 impôs-se como assunto principal deste capítulo e na região de Assis Brasil, no Acre, os povos Jaminawa e Manchineri estavam conseguindo enfrentar, sem baixas, o vírus. Para isso, tinham usado tão somente os remédios caseiros, da mata, e o conhecimento dos pajés ou dos mais antigos, aqueles que sabem encontrar, identificar e manejar as ervas certas, entre elas a mais usada por lá no combate ao coronavírus: a quina quina. Sim, é a mesma erva da famosa cloroquina que o presidente ofereceu à ema, mas não foi só ela. Alguns indígenas da região tomaram quina quina e não ficaram bons, só depois, com outros chás, de outras ervas, ficaram curados. Mesmo a quina quina é dividida em várias espécies, afirmam os cientistas, e só os pajés e os mais antigos sabem quais são as certas, dizem os Jaminawa e também os Manchineri. Sabem, os mais velhos, porque fumam, conversam com os espíritos, como contou Vitória Jaminawa, filha e viúva de pajés, na conversa com mais gente da sua família na casa de uma sobrinha dela na Cidade do Povo, uma das comunidades mais violentas da capital Rio Branco. O próprio fato de manter casas na Cidade do Povo já mostra um pouco da resiliência desse Povo Jaminawa, tido como aculturado até por outros indígenas, mas que apesar das roupas comuns, sem adereços, mantém seus hábitos, seus rituais, sua cultura. Esta foi a única viagem na qual os três países da fronteira foram visitados. 

© 2022 BY Luis Edmundo Araujo/Tríplices fronteiras

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